quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Considerações Finais


O meu intercâmbio esta oficialmente terminando. Quem acompanhou o meu blog sabe o que eu fiz ou deixei de fazer, porem, eu ainda tenho algumas considerações a fazer.

Termino essa longa jornada com a consciência de que eu fiz o melhor que eu pude. Me empenhei muito nos estudos, foquei nos conteúdos nos quais eu tinha mais dificuldade e me virei pra tentar entende-los. Fiz novas amizades, compreendi o estilo de vida e cultura de outros pessoas e, mesmo achando certas coisas bem estranhas, eu soube me portar bem, respeitei as diferenças (tanto as que eu considero esquisitas/atrasadas quanto as diferenças que passei a admirar).

Posso dizer que a Bruna vai voltar sendo a mesma Bruna de antes. O que mudou? Agora eu sou uma pessoa menos fresca/chata em relação a comida e também me sinto mais independente. Eu melhorei bastante a minha capacidade de me concentrar e interpretar. Me considero uma pessoa bem mais adaptável e aberta a novas ideias, lugares e pessoas. 

Também volto para o Brasil mais focada ainda em atingir o meu objetivo de ser uma boa jornalista. Afinal, fiz o intercambio justamente pensando nos frutos profissionais que eu vou poder colher no futuro. Alias, o futuro já eh o agora e o amanhã. 

Durante esse viagem tive momentos bons e ruins, mas os ruins foram pouquíssimos  Em quase 5 meses, tive apenas três momentos de tristeza ou fraqueza, que não duraram nem 24 horas. Esse fato, para mim, também eh uma vitoria, pois consegui ficar bem na maior parte do tempo, com a cabeça boa, e sem deixar que nada me atrapalhasse. 

Morar no Canada também me proporcionou viver em um pais de primeiro mundo. Descobri, de verdade, o significado do que eh ser um pais desenvolvido. Aprendi que ser desenvolvido eh muito mais do que ter uma boa economia, transporte publico de qualidade, serviço de saúde igual para todos. Vi que ser desenvolvido eh, também  respeitar filas, oferecer o acento do ônibus aos idosos, eh ser sustentável e atravessar a rua quando o sinal para os carros tiver fechado.

Obviamente, nem tudo é totalmente perfeito, ne?? Abaixo coloco a listinha das coisas que não gostei aqui.

  • Pressa das pessoas: a todo momento me senti como se o fim do mundo estivesse chegando. As pessoas aqui estão sempre correndo, parece ate que estão sempre atrasadas.
  • A falta de capacidade de socialização dos cidadãos de Vancity também assusta.
  • Ônibus pequenos e com poucos assentos. Vancouver, por ser uma cidade plana e ter um transporte publico que facilita e muito a vida de cadeirantes, deficientes  etc, acaba fazendo com que o fácil se complique demais. Ex: Teve um dia que, dentro do meu ônibus  tinham dois cadeirantes, uma mulher com o filho dentro de um carrinho, alem de um deficiente visual com um cachorro. Não preciso nem dizer o caos que virou. 
  • Banalização do "desculpa", "por favor" e "obrigado": Nos primeiros dias, você acha o excesso de educação das pessoas a coisa mais linda e agradável do mundo. Porem, depois de algum tempo, você percebe que as pessoas parecem robôs programados pra dizerem essas três palavrinhas magicas em TODOS os momentos possíveis. Vai ter momento em que alguém vai te dizer "sorry" e você vai ficar com uma cara de "por que diabos você ta falando isso? Você não fez nada" 
  • Comidas adocicadas demais; Aqui, ate o que era pra ser salgado, eh meio doce. 
  • Homeless (sem teto) pedindo dinheiro e comida o tempo inteiro. 
  • Chuva = Raincouver.
  • Pessoas completamente surtadas.
  • "Sounds good". Ao conversar com nativos você percebe que eles falam isso o tempo inteiro e em momentos que não fazem nenhum sentido dizer isso. 
  • Drogas. No centro de Vancouver você sente o cheiro de maconha o tempo inteiro. 
Vivenciar o outro lado da moeda também me ajudou a gostar mais do Brasil. Tudo bem que o nosso pais é um caos e realmente quase nada funciona como supostamente deveria, mas eu tenho certeza de que sou mais feliz la e que não há nada como o nosso povo, a nossa comida e o nosso jeitinho brasileiro de ser... Vai por mim, eh muito mais divertido do que qualquer outro lugar. hahahaha

Bom, quando chegar no Brasil, eu pretendo descansar, esquecer um pouco do inglês e dar um tempo pro meu cérebro processar essa quantidade massiva de conteúdo que recebi nos últimos tempos. Quero aproveitar o tempo pra ler livros em português (to me sentindo meio burra), sair por ai, reaprender a dirigir, voltar a praticar esportes, relaxar e depois voltar pra faculdade e conseguir um bom estagio. 

Eh isso, minha gente! Esse blog vai ficar aposentado e meio sem utilidade, mas espero que ele ajude futuros intercambistas que pretendem morar em Vancouver. 

Beijos e obrigada ;)

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Coliseu de Vancouver


Parece um Coliseu, mas nao é. Na verdade, a foto acima trata-se da Biblioteca Publica mais famosa de Vancouver.

O lugar é simplesmente enorme e contem milhares de livros de todos os gêneros possíveis e em todas as línguas imagináveis.


Por também se tratar de um ponto turístico  alem da biblioteca é possível encontrar lojas na parte de dentro e também cafeterias.

Dica útil: Na segunda lojinha você vai encontrar aquelas canetas japonesas que contem uma borracha que apaga tinta.

Sonho em ter essa caneta desde quando conheci um brasileiro que morou na Alemanha e nunca usava lápis pra responder as questões da prova porque tinha a bendita canetinha. ;D


terça-feira, 13 de novembro de 2012

4 meses no Canada


Novembro é o meu quarto e ultimo mês em Vancouver, afinal, volto ao Brasil no dia 2 de dezembro. Nesse post, ao invés de falar especificamente de mim, eu resolvi contar mais ou menos como funciona a trajetória de um intercambista brasileiro no Canada.

O grande barato de viajar e conhecer novos lugares eh, também, observar o comportamentos das pessoas. 
No outro post eu falei um pouco do que aprendi sobre as pessoas e culturas de outros países  Agora a minha intenção eh falar de como os brasileiros intercambistas se inserem e agem em outro pais, alem de dar dicas e opiniões para pessoas que pretendem fazer um intercambio para estudar a língua inglesa. 

Eh bom deixar claro que o que eu vou falar não é certo e nem errado, e sim uma analise feita por uma  pessoa que tem o habito de ficar observando a tudo e a todos, no caso, eu, hihi. 

Como muitos jé sabem, o brasileiro tende a ser mais comunicativo, carinhoso e gostar de "chamar a atenção . Exatamente por causa dessas características  eu reparei que a gente se adapta mais facilmente a um lugar diferente, porem, também se cansa mais rápido do que os outros estrangeiros. 

No inicio, tudo eh motivo de festa. Os brasileiros entrosam entre si, a química é tao grande que ate parece que nos jé conhecemos uns aos outros ha anos. Não importa se tem que acordar as 6h da manha no outro dia, brasileiro vai pra balada do mesmo jeito, bebe, dança e se diverte e vai a aula.  

O primeiro problema aparente eh a comida, problema esse que tende a aumentar com o tempo e acabar causando mal humor nos brazilians. Entretanto, ainda no começo, todo mundo leva esse "pequeno" detalhe numa boa e acha até bom não comer tanto, porque ai vai emagrecer. 

Os primeiros dias vão passando, a alegria continua, os brasucas tiram fotos de todos os detalhes, inclusive os mais inúteis possíveis. Apos tentar um pouco que seja falar em inglês entre brasileiros, rapidamente todo mundo desiste dessa ideia e começa a falar em português mesmo. 

O primeiro mês fora do Brasil passa num piscar de olhos. Enquanto você ainda tem mais 3, 4, 5 ou 6 meses pela frente, muitas pessoas que você conheceu e ficou próximo vão embora, porque vieram apenas pra passar as ferias aqui. 

O tempo continua passando e as coisas já não ficam tao lindas como antes. A cidade já não eh mais novidade, você já conheceu todos os pontos turísticos possíveis e já visitou todos os lugares umas duas ou três vezes. Ou seja, a sua rotina passa a ser exatamente a mesma que no Brasil; acordar, faculdade, trabalho, estudar e dormir. A diferença básica é que no intercambio quase ninguém perde tempo estudando em casa o que aprendeu na escola de inglês  além de não precisar se esforçar para conseguir notas boas, afinal, você não vai passar de ano e nem tomar bomba. 

Até que finalmente você começa a sentir falta dos pais e dos amigos. Devo dizer que quando esse momento chega, ele tende a derrubar os brasileiros. Você finalmente repara que as amizades criadas no intercambio não são a mesma coisa! E nem tem como mesmo ser igual, ne? Obviamente, você vai se identificar MUITO com algumas pessoas, mas elas não serão suficientes pra suprir a falta de quem te conhece há anos. 

Ao mesmo tempo que os brasileiros começam a desanimar, os asiáticos e europeus tendem a continuar com a mesma cara de antes e demonstram, de fato, conviverem bem com a distancia. 

Afeto eh uma palavra que praticamente não existe no vocabulário deles. Desde pequenos, muitas das pessoas que nasceram no outro lado do planeta foram criados para serem mais independentes, além de não necessitarem de um abraço, um beijo no rosto, como um brasileiro. Na verdade, a palavra "necessitar" não eh a ideal, porque essa característica é totalmente cultural. 

Nesse meio tempo, muitos dos brasileiros que pagaram pra ficar 6 meses fora ou já voltaram pro Brasil porque não aguentaram ou vão cancelar e diminuir a quantidade de meses fora. 

A alimentação passa a ser um pesadelo e os brasileiros começam a sonhar acordado com um arroz, feijão e bife. Alias, falar sobre comida vira assunto corriqueiro nos intervalos da escola.

É obvio que, por mais que as coisas estejam meio chatas, você vai ter momentos divertidos, vai continuar rindo mil vezes mais do que as pessoas dos outros países, mas de alguma forma isso tudo não vai ser suficiente. 

A impaciência toma conta, a saudade já te consome e a maioria já inicia a contagem regressiva para voltar.

Da mesma forma que eu to falando essas coisas, também é possível achar um brasileiro dizendo totalmente o oposto.

Então agora vem as dicas para quem pretender estudar fora conseguir passar por todas essas situações numa boa, sem sofrer demais igual acontece com alguns, alem de fazer vale a pena o dinheiro que os seus pais vão investir nessa 'brincadeira', que não é nada barata. 

  • Prepare-se psicologicamente antes de viajar. Seja com psicologo ou quem for, eh importante conversar sobre o assunto, pensar nas diferentes situações que você vai enfrentar. 
  • Ir disposto a comer coisas diferentes, tentar pratos de outros países antes de ja recorrer ao fast food. 
  • Praticar a arte da paciência  porque as diferenças entre brasileiros e pessoas de outras países eh, muitas vezes, gritante e irritantemente grande. 
  • Como eu falei antes, você não corre risco de repetir de ano aqui. O ideal eh você se cobrar a todo momento e estipular uma meta com relação ao aprendizados do inglês  Pense o quão frustrante vai ser se você voltar pro Brasil e perceber que não sabe porcaria nenhuma de inglês  porque ficou acomodado demais e achou que ia aprender a língua por osmose ou só pelo simples fato de estar vivendo em outro lugar. 

  • Em relação ao inglês: eu indico que as pessoas ja cheguem, pelo menos, ja sabendo como diferenciar passado, presente, futuro e, de preferencia, da existência do Present Perfect e de como mais ou menos utiliza-lo. Essa eh uma parte da língua inglesa que todo brasileiro empaca e MUITO pra absorver e usar de maneira correta. Se você chegar no intercambio já sabendo pelo menos um pouco, ja vai adiantar muito a sua vida e o seu aprendizado vai ser mais rápido. 
  • Preposições é difícil MESMO e ate nativos cometem vários erros. Estudando inglês fora você vai aprender a usa-las de uma maneira que nenhum cursinho de inglês teve a capacidade de te explicar antes. Então, sem neuras! 
  • Aproveite o fato de ser super barato comprar livros aqui. Leia, leia muito, crie metas, leia todos os dias pelo menos um capitulo. Você vai absorver e compreender a língua inglesa mais rapidamente. 

E para aqueles que não falam quase nada e querem viajar de qualquer jeito: eu particularmente acho dinheiro jogado no lixo. Você vai aprender alguma coisa, vai ter noção de muita coisa, mas vai falar muito errado, alem de não ter condições de participar de uma conversa mais aprofundada. Eu acharia isso a coisa mais frustrante do mundo, mas se você acha que aguenta, boa sorte. ;)




terça-feira, 30 de outubro de 2012

Um pouquinho da cultura de vários países



O Canada, além de ser um lugar bom para se estudar inglês  também proporciona a possibilidade de conhecer gente de todos os cantos do planeta e, consequente, as respectivas culturas e modos de enxergar a vida de um jeito totalmente diferente do seu.

Nesses meses eu já fiz amizades com latinos como colombianos, mexicanos, equatorianos, venezuelanos, chilenos, uruguaios e ate uma pessoa da Republica Dominicana.

Ja entre os europeus, conheci franceses, espanhóis, alemães, italianos, suíços, portugueses e russos.

Do continente asiático  tive e tenho contato com sul-coreanos, japoneses, taiwaneses, tailandeses, chineses, filipinos, indianos, vietnamitas, árabes e israelenses.

Talvez a parte mais valiosa desse intercambio nem seja o conhecimento de inglês que eu adquiri, e sim a oportunidade de vivenciar o dia a dia sob uma ótica totalmente diferente da minha.


Eu não poderia começar por outro "pedacinho" do planeta Terra. Os asiáticos sempre me despertaram um preconceito muito grande. Não sei direito o porque disso, mas, provavelmente, deve ser porque trata-se de um povo totalmente diferente dos ocidentais, desde o alfabeto utilizado ate a comida (que eu particularmente não gosto nem de olhar).

Porem, esse tempo de convívio fez com que eu diminuísse o meu "problema" com eles, mas posso afirmar que o meu interesse em visitar os países que la se encontram diminuiu bastante. Descobri coisas legais, outras nem tanto, alem de atitudes que eu considero nojentas. 

Vou começar pelos fatos e curiosidades intrigantes e depois faço a lista das coisas estranhas/nojentas.

  • A Coreia do Sul possui uma das internets mais rápidas do mundo. Eh super comum ouvir eles reclamando da lerdeza da net canadense (que eh bem mais rápida que a brasileira). 
  • Apesar de serem bem estudiosos, os asiáticos não tem muito contato com o entretenimento americanos Ou seja, se você só sabe falar de seriados, filmes, artistas americanos, você não vai ter assunto com oriental e por isso a tendencia eh você não fazer amizade com eles.
  • Nas escolas japonesas e sul-coreanas as pessoas se familiarizam com o alfabeto "inglês" desde pequenos.
  • Coreanos estudam das 8h ate as 22h nas escolas e possuem um conhecimento muito grande sobre arte.

  • Os homens asiáticos costumam gostar excessivamente da cor rosa, alem de usarem roupas meio afeminadas. Basicamente, todos os brasileiros daqui costumam achar que quase todos os asiáticos sao gays, porem, eles não são! Claro que sempre vai ter alguém pra fugir da regra, mas o que eu quis dizer eh que esses pobres meninos são muito mal interpretados, coitados. hahaha
  • Essa "cultura" de sair beijando na boca de uma pessoa que você conheceu ha dez minutos eh algo fora de cogitação na Asia. Eles ainda são bem tradicionais, demoram ate meses pra terem um relacionamento que, normalmente, é construído em menos de dois minutos no Brasil. 
  • Asiáticos não costumam frequentar baladas e não sabem dançar. Chega ate ser vergonhoso vê los dançando.
  • Eh bem improvável que você veja um casal de namorados na rua abraçados ou com o homem praticamente apoiando a mão na bunda da namorada enquanto andam pela cidade. Para os japas e similares, isso eh bem desrespeitoso.
  • Asiáticos não tem o habito de abraçar e nem beijar o rosto para cumprimentar uma pessoa. O engraçado eh que a meninas asiáticas tentam se adaptar aqui no Canada, ate tentam ser mais "carinhosas", mas apenas com outras mulheres. Na cabeça de uma japonesa, por exemplo, ser vista abraçando um homem quer dizer que os dois namoram ou tem um caso. 
  • Exatamente por não serem carinhosos - da maneira latina de ser - os asiáticos são mais independentes e lidam melhor do que nos com essa questão de morar longe da família e amigos.

  • Os asiáticos são muito bobinhos, inocentes e infantis. Na maioria das vezes eu me sinto uma idosa conversando com eles.

Parte nojenta/estranha: Especialmente para japoneses e taiwaneses (não sei muito bem se eh regra pra todos os outros asiáticos), arrotar na frente de todo mundo eh algo normal. 

Japoneses fazem muuuuito barulho quando estão tomando sopa ou algo quente. Dizem por ai que eles também fazer isso pra demonstrarem que a comida ta boa. 
Eles também fazem barulho quando param pra pensar em alguma coisa... é como se tivessem queimando os neurônios e reproduzem esse sacrifício (?) emitindo sons bem estranhos. 


Se você acha que só os franceses não curtem um banho, sinto informar que você esta enganado. Pois é, pra minha infelicidade, descobri/comprovei/senti na pele o no olfato que os europeus são meio fedidos. Especialmente no frio, eles não veem muita necessidade em tomar uma duchinha que seja. Mas, de qualquer forma, o titulo de mais nojento continua com os franceses. 

Quando eu fiz aquela viagem pra Rocky Moutain haviam umas cinco francesas dentro do ônibus  Uma delas se destacou por ter levado apenas duas blusas diferentes pra usa-las em quatro dias. Uma brasileira teve o azar de dividir quarto com essa menina e ela me relatou que a francesa tomou banho apenas em um dia. 

Enfim, devo dizer que canadenses não são la pessoas apreciadoras de banho, mas é de uma forma mais aceitável.

  • A Suíça possui trés linguás oficiais, - alemão  italiano e francês - porque cada pedaço eh influenciado por outro pais. Porem, na parte alemã  os suíços falam alemão e Suíço alemão, que eh basicamente um alemão que não respeita regras gramaticais ou coisa do tipo. Nesse caso, alemães não entendem a lingua Suiça-alema, mas os suiços-germânicos entendem os alemães da Alemanha. Deu pra entender?
  • Infelizmente, os russos são educados desde pequenos a cultivarem o ódio por negros e homossexuais. Lembrando que o que eles entendem por negro, muitas vezes, eh o que eu entendo e chamo de moreno claro. Então  se você se encaixa em algumas das descrições acima, acho melhor não ir pra la, não.
  • Ainda falando sobre russos, eles são disparados as pessoas mais chatas e insuportáveis do mundo. Na verdade, eh 8 ou 80. Ou eh chato/nojento/se acha demais ou são legais demais. 
Por mais que haja diferenças culturais entre nos e o europeus, pelo menos você consegue identificar várias semelhanças, alem de achar que vivemos no mesmo planeta, diferente dos asiáticos onde parece que existe um Muro de Berlim separando eles do mundo ocidental. 


Apesar da Arabia Saudita ficar na Asia, eu resolvi destinar um espaço só pra eles, porque esse povo também possui características muito próprias e distintas do restante do planeta. 

  • Os árabes que fazem intercambio e faculdade são ricos, muito ricos meeeesmo. 
  • O governo Árabe eh quem paga o intercambio, college ou universidade dos estudantes. A unica obrigação dessas pessoas é a de voltar com inglês fluente e formado em algum curso.  
  • Árabes tem um nariz gigantesco. 
  • Eles são tao ou ate mais preguiçosos que baianos. Principalmente pelo fato de viverem num ambiente tomado pela religiosidade 24h por dia e regras rigorosas, os árabes usufruem e muito da liberdade que encontram no Canada. Eles fazem tuuudo, menos estudar. 
  • Pelo que eu percebi, as mulheres árabes são meio inúteis e servem mais pra reprodução do que pra qualquer outra coisa. 
  • Ainda falando sobre mulheres, elas não podem sob hipótese alguma tirar aquele lenço da cabeça.
  • Tem uma época do ano em que religião árabe impõe que eles fiquem sem comer e beber aguá por um mês  Na verdade, eles só podem comer depois das 22h e por um período de uma hora ou nem isso. Mesmo estando no Canada, os árabes seguem esse momento a risca e chega dar dó ver a magreleza e a cara de doente com que eles ficam. 
  • Eles não podem comer carne de porco e as sextas, depois da aula, sao detinadas a oraçao. 
  • Ja falei que eles são ricos? Ja, ne? hahaha

Nem vou perder tempo falando dos outros latinos, porque eles são exatamente igual a gente. A unica diferença eh que eles hablam espanhol. 

O pessoal eh todo muito gente boa, alegre, falante e são  com certeza, a melhor válvula de escape para você que quer evitar fazer amigos brasileiros durante o intercambio. Os assuntos são os mesmos, os gostos, as reclamações  alem do jeito alegre e carinhoso de ser não é exclusividade brasileira. 

O que eu reparei de "diferente" é que mexicano fala demaaaaais. Parece que o assunto não se esgota e as vezes isso me estressa um pouco, porque os meus ouvidos não aguentam tamanha falação  principalmente quando se reúnem e falam em espanhol.

Gostei tanto de conhecer os nossos hermanos que o meu objetivo "principal" de viagem no futuro deixou de ser Europa e virou a America Latina. ;)

Alem das qualidades serem praticamente as mesmas que as nossas, os defeitos também são iguais:

Eles tambem sao meio malandros em varias situações. Descobri que também existe o jeitinho colombiano, o jeitinho mexicano, etc de resolver as coisas.

Colombianos se orgulham do carnaval deles, mas, aparentemente, todo mundo só conhece o brasileiro.

E por ultimo, mas não menos importante, uma característica que é comum entre os latinos e que me deixa muito ENVERGONHADA e FRUSTADA: a falta de pontualidade.

Parece que eh regra geral e os outros sul-americanos também acham lindo e descolado chegar atrasado nos lugares e não respeitarem horários. Entretanto, nessa disputa, o brasileiro ainda fica na liderança isolada.

Se a carapuça serviu pra você que esta lendo o meu blog, fique sabendo que o resto do mundo pensa que nos somos uns idiotas, irresponsáveis que não tem a capacidade de chegar na hora nos locais.

Vocês não sabem o quão ridícula eu me senti em todas as viagens que fiz nos arredores do Canada e o fato de SEMPRE ter um brasileiro atrasado e a viagem ter que atrasar MUITO por causa desse infeliz. 

Outra vez, na minha viagem pra Rocky Moutains, um brasileiro fez com que o resto da turma esperasse UMA HORA e, no final das contas, o sujeito nem apareceu para viajar. Ou seja, esperamos a toa, perdemos tempo a troco de nada. 


Pode ter certeza que não existe nada mais deprimente do que ouvir um professor da escola de inglês ou um guia turístico falando "Vocês tem que chegar aqui a tal hora no horário canadense e não no horário brasileiro, entenderam, brasileiros?"


E depois vocês ainda reclamam porque não somos levados a serio. ;)


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Victoria, BC


Depois de quase quatro meses, finalmente fui conhecer Victoria, a capital de British Columbia, provincia da qual Vancouver faz parte.

Existem duas maneiras de se chegar la: de onibus e de barco. Obviamente a segunda opçao eh bem mais cara, mas tambem eh a mais legal, principalmente se voce nunca andou num transporte aquatico tao grande.


O tempo dava indicios de que faria calor, mas a verdade era bem desanimadora, afinal, do lado de fora estava fazendo muito frio (talvez tenha sido o dia mais frio que eu enfrentei aqui) e muita chuva estava por vir.

Apos quase duas horas de viagem, finalmente cheguei a Vancouver Island e o guia levou todo o grupo para fazer um city tour. Nao demorou muito para perceber que Victoria nada mais eh do que uma cidade bem pequena e facil de se transitar.


Igualmente Vancouver, a capital de BC tambem eh super bem arborizada, com parques e cheia de detalhes interessantes, os quais podem ate passar despercebidos se voce nao for um bom observador.  Por exemplo, na foto abaixo, bem na grama de frente pro lago, ha um letreiro escrito "Welcome to Victoria".


A cidade tambem eh muito conhecida e visitada por possuir um jardim gigante, no qual ha flores tipicas de quase todos os paises do mundo. Dizem que eh muito bonito, mas o problema eh que o passeio entre as flores leva cerca de quatro horas para poder ver tudo. Por essa razao, preferi ficar na cidade mesmo - ja que o jardim eh um pouco afastado e por ja estarmos no outono - e ter tempo de conhecer, alem de tirar fotos. 


Dentre as inumeras belezas naturais de la, as construçoes tambem se destacam e sao ricas em historia, principalmente relacionadas a British Columbia, o estado mais novo do Canada. Alias, a costa oeste canadense toda eh bem nova.

A casa Parlamentar eh gigante e eh um verdadeiro palacio. Nas duas extremidades encontram-se duas estatuas. A do lado esquerdo eh uma homenagem aos soldados canadenses que lutaram e morreram na Guerra da Coreia (1950 - 1953). Ja a segunda contem a imagem da Rainha Victoria, da Inglaterra.  Para quem nao sabe, Canada e Inglaterra possuem uma relaçao bem estreita, tanto que a Rainha Elizabeth eh, tambem, rainha aqui. 


Tive a oportunidade de presenciar um comicio bem em frente ao parlamento. Fiquei curiosa para saber sobre o que o velhinho tava reclamando, porque, aparentemente, o Canada eh perfeito... pelo menos aos meus olhos e aos dos outros latinos tambem. Entretanto, nao tive tempo suficiente pra acompanhar melhor, pois eu tinha varias outras coisas pra fazer e horarios a cumprir. 


A segunda parada foi para ver o BC Royal Museum. Eu nunca fui de frequentar museus e estava ate na duvida se pagava ou nao o ingresso para entrar, mas fico bem feliz por ter tido a oportunidade de visitar esse lugar incrivel. 

Eh impressionante a capacidade dos canadenses de tornarem tudo mais bonito, interesse e, principalmente, atrativo para pessoas de todas as idades. 

O BC Royal eh, basicamente, dividido em quatro partes:


A primeira contem uma serie de homenagens a diversos membros do exercito canadense, como soldados, sargentos, etc, que contribuiram em diversas ocasioes e em guerras. 

Eu particularmente achei muito interessante, porque eu nao tinha muito conhecimento sobre nada relacionado ao Canada. Nos livros de Historia da escola, por exemplo, eu acho que nunca ouvi falar da participaçao dos canadenses em nada. Porem, ao contrario do que eu imaginava, diversos batalhoes participaram ativamente das Guerras Mundiais, alem de intervirem em batalhas regionais. 

Como o Canada eh um pais multicultural, eh bem comum voce escutar diferentes pessoas que vivem aqui se auto intitulando como japones-canadense, escoces-canadense, luso-canadense e afins.

Na grande maioria das vezes, os soldados homenageados no museu nao eram canadenses nascidos aqui, e sim pessoas que migraram e cresceram em solos canadenses.


A segunda parte eh totalmente voltada para a ciencia, alem de questoes ambientais e curiosidades sobre o clima. 

Os cidadaos daqui sao muito educados ambientalmente falando e estao sempre pensando em ideias para diminuir o impacto das atividades do homem no planeta. Inclusive, os canadenses costumam fazer criticas durissimas aos Estados Unidos em relaçao ao American Way of Life. Ha todo momento voce pode ouvir alguem daqui falando como os americanos nao sabem reciclar ou nao se preocupam com a destruiçao do meio-ambiente. 


O "Mundo Animal" dentro de museu eh a parte que mais impressiona, porque, como a foto acima mostra, voce pode jurar que esta mesmo dentro de uma floresta e que os animais sao de verdade. Alem de possuir forma super detalhada, a floresta tambem eh acompanhada por sons. 

Eu fiz um video e com ele voces vao poder ter a dimensao do que eu falei. ;)




A terceira parte do museu eh destinada a mapas e tambem mostra um pouco da historia da populaçao que viveu em BC no passado, alem de costumes e esculturas. Eh um momento mais destinado a leitura do que uma coisa visual, entao eu nao tive tempo suficiente pra olhar tudo. 



Outro ponto muito visitado eh o Craigdarroch Castle. 

Construido em 1889, o castelo pertencia a Robert Dunsmuir, um poderoso barao de carvao em British Columbia. Com quatro andares, janelas de vidro e 87 escadas - segundo o folhetim que eles entregam - o casona proporciona uma bela vista da cidade num todo. 

Para preservar os pisos, antes de entrar no castelo voce tem que passar a sola do sapato numa maquina de tirar sujeira. Por se tratar de uma obra antiga e preservada, nao ha escadas ou rampas, tornando impossivel que um deficiente fisico, principalmente cadeirante, chegue ate o topo. 

PS: Vi apenas um banheiro la... sendo que mais de 10 pessoas moravam la... hahahaha
PS: Em homenagem ao Robert Dunsmuir, uma das principais ruas de Vancouver se chama Dunsmuir Street. 


Para finalizar, Victoria possui um hotel de luxo na cidade. So de olhar pra foto ja da pra perceber e imaginar o quao cara deve ser a estadia. Entretanto, pra satisfazer os mais "pobres", o hotel oferece uma especia de cha das quatro pelo preço de 20 dolares. 

Isso mesmo, 40 reais pra tomar um pouquinho de cha e ainda tem um porem... voce so pode entrar no hotel se estiver vestindo um traje fino. 

Apesar da correria, valeu muito a pena ter visitado Victoria e ter um conhecimento maior sobre a historia da cidade, do estado e do Canada em geral. Para quem tiver o interesse de ir la algum dia, eu aconselho a ficar pelo menos dois dias, porque ai vai dar tempo de conhecer tudo sem pressa.


PS: Tambem me deparei com um Sealion super fofinho. 


Obs: Pra quem tiver o interesse de ver mais fotos, acessem o meu facebook (obviamente so pessoas conhecidas terao acesso, sorry) hihi







domingo, 14 de outubro de 2012

Família 'canadense'


Como algumas pessoas me pediram, vou fazer um post contando um pouco sobre a minha família aqui no Canada.

De origem Felipina, as famílias Morales/Marmolejo migraram para a America ha quase 30 anos. Na verdade, a Gilda (minha host mother) e Robert (meu host father) se conheceram em Vancouver. Ambos mudaram com o intuito de ter uma vida melhor, já que as Filipinas são um conjunto de ilhas marcadas pela pobreza, corrupção em alta escala e com poucas possibilidades da situação ser revertida.

Esse processo de imigração Filipinas para o Canada eh bem forte e praticamente toda a família deles seguiram o mesmo destino ou foram para a Austrália, que eh o caso dos familiares do Robert. 

Os outros trés integrantes da família são Judy, Jamie e Hiro, o cachorrinho. 

Infelizmente eu não tenho foto com todos eles, mas na imagem acima vocês podem ver a Gilda ao meu lado, alem da Gwen (sobrinha da Gilda) e a Florence, também intercambista, mas ela eh canadense e vive na parte francesa do Canada, la em Quebec. 


O Robert eh assistente de ferramentas medicas em salas de cirurgia e a Gilda eh enfermeira. Por questões medicas, os dois estão ha um bom tempo sem trabalhar. Ela teve que fazer uma cirurgia de correção de osso do ombro e o Robert sofreu um acidente grave de carro no ano passado e possui problemas no pescoço e coluna desde então. 

A Judy, filha mais velha, de 25 anos, não fez faculdade, mas tem a intenção de estudar jornalismo e trabalhar na aérea esportiva (pouca coincidência  ne?) hahahaha. Ela trabalha na edição de videos do Vancouver Canucks, time mais popular de hockey da cidade.

A Jamie, de 23 anos, esta quase terminando o curso de Administração de Empresas e já trabalha na área. 

Muitos estudantes reclamam e muito sobre as famílias filipinas (muitos participam do programa de aceitar estudantes nas suas respectivas casas), porque a comida costuma ser ruim e a casa normalmente não é muito limpa. Porem, posso dizer que eu dei sorte, porque eu adoro a minha família.

Desde o primeiro dia eu fui tratada super bem e, hoje em dia, me considero uma integrante da casa. Pelo fato deles não trabalharem, eu tenho um contato muito grande com os dois, principalmente com a Gilda, que eh a pessoa com quem eu mais converso em casa. 

A minha host mother eh super animada, gosta de conversar muito e contar tudo nos mínimos detalhes (igual a minha mãe de verdade) e sempre tenta me agradar. 

Já o Robert é mais na dele e demorou um pouco pra gente criar uma certa intimidade. Hoje em dia a gente conversa bastante, ele é quem fica me contando sobre a cidade, como as coisas funcionam, alem de ficar tirando sarro com a minha cara porque eu não gosto muito de verduras e legumes. Ele é um cara super engraçado, super tranquilo e parece que nada no mundo consegue deixá-lo nervoso. 

Os dois são suuuper parceiros, sempre fazendo coisas juntos, desde as compras de supermercado ate na limpeza da casa, da cozinha e na hora de preparar as refeiçoes. 

Ja com a Judy, o meu contato é só durante a noite, porque ela trabalha o dia inteiro. Nos temos bastantes gostos em comum, ela também eh super viciada em seriados americanos e nos costumamos assisti-los juntas. Ela também gosta muito de esportes, mas não acompanha os mesmos que eu. Alias, domingo é dia de futebol americano e ela passa a tarde inteira vendo e eu tento acompanhar também  porque agora eu ja entendo melhor as regras e tô até achando mais interessante. 

A Jamie também ta sempre ocupada, mas quando para em casa não fala muito comigo. Como ela não me da muita moral, eu não a conheço direito. Fora que o melhor amigo dela ta sempre aqui e eu não vou com a cara dele de jeito nenhum. Eh o gay mais antipático do mundo e nem me cumprimenta quando eu falo oi. Atualmente eu nem olho na cara dele por causa disso... hahahaha

Depois 3 meses, eu ja percebi que a relação das meninas eh melhor com o Robert do que com a Gilda. Mas acho que isso acontece porque a Gilda cobra certas coisas das filhas (função de toda mãe , enquanto o Robert eh liberal e sempre faz a vontade delas. 


O Hiro parece ser super fofinho, mas ele é meio mala, porque tudo tem que ser na hora que ele ta afim. Você só pode brincar com ele quando ele tiver com vontade e ele também não curte muito contato. Eu achava isso super esquisito porque a minha cachorrinha é o ser mais carente e carinhosa do universo. 
Apesar de tudo, eu aprendi a gostar do Hiro e sei que ele gosta de mim, porque ele sempre arranha a porta do meu quarto e gosta de ficar deitado na minha cama comigo. 


Na foto acima, eu estava numa festa de batismo. Acho que foi há umas três semanas depois de eu ter chegado em Vancouver. Eu to com uma cara de "o que eu to fazendo aqui?" porque todo mundo la era filipino e, quando estão juntos, eles só falam na língua deles, Tagalog. Fiquei mofando o tempo todo, não entendia uma palavra do que eles tavam falando, mas ate que não foi tao ruim assim, só a comida que era uma porcaria. hahahaha

Os filipinos, no geral, são pessoas bem simpáticas  sorridentes e felizes... gostam de cantar e dançar e se assemelham bastante aos brasileiros. 

Eu to satisfeita com a relação que criei com eles e sei que eles gostam de mim porque tao sempre falando que eu sou uma boa filha e que eles vão me adotar... hahahaha

Certamente sentirei falta deles quando tudo isso acabar. ;)



sábado, 13 de outubro de 2012

Hockey Game


Finalmente a temporada de Hockey começou!! Antes de chegar no Canada, eu já imaginava que as chances eram grandes de eu gostar desse esporte.

Vancouver respira hockey e é o esporte favorito da grande maioria da população  tanto que os torcedores são capazes de agirem como marginais caso o time do coração perca o campeonato. Foi o que aconteceu ano passado.

O Vancouver Canucks eh um dos melhores times de hockey do "eixo" Estados Unidos/Canada e é sempre um dos favoritos na disputa do campeonato. No ano passado, os Canucks perderam na final e muitos torcedores depredaram algumas lojas e ruas do centro da cidade, provando que existe gente sem noção em todo os lugares do mundo.

Porem, esse ano, os times não chegaram a um acordo com os patrocinadores e pessoas responsáveis pelo campeonato, então não vai haver campeonato neste ano.



Só que, para a minha alegria, existe o campeonato "amador" de hockey.

Ontem, fui acompanhar a partida entre Vancouver Giants (de vermelho) contra a equipe de Seattle (de branco). Eu torci pelo time daqui, obviamente, mas se perdesse ou ganhasse não ia fazer la muita diferença.

Ainda bem que não fez mesmo, porque os Giants perderam de 6x3, num jogo muito emocionante, rápido e de extrema agressividade. A pancadaria rola solta num jogo de hockey e ainda bem que existe uma especie de tela que separa o campo de hockey da torcida.

Eu fiquei na segunda fileira e meu coração quase parava toda vez que algum jogador era encurralado pelo adversário e batia o corpo contra a parede.

O jogo eh bem dinâmico  não tem muitas paralisações igual futebol americano e baseball, mas o jeito de torcer eh a mesma porcaria, sem emoção.


O momento mais louco do jogo foi quando dois jogadores esqueceram completamente da partida e partiram para a porrada. Começam a se socar, rolaram no gelo e tudo o mais. A principio, os juízes não interferem em nada, mas a coisa ficou tao séria que, finalmente, um dos árbitros tentou apaziguar, mas quase apanhou também. 


Fiquei realmente entretida assistindo ao jogo, que é dividido em 3 tempos de 20 minutos, além de dois intervalos de 15 minutos. Há uma constante troca de jogadores, apenas o goleiro é mantido. 

Outra coisa interessante é que o jogador pode fazer o domínio com a mão quando o disco esta no ar. 


Daqui a duas semanas tem outro jogo e eu devo ir de novo, mas vou comprar um ingresso pra uma cadeira mais bem localizada, pra poder acompanhar melhor.

Na foto acima, eu e o meu xará Bruno, que eh jornalista e trabalha na Revista Época. Que ótima coincidência  já eh o segundo jornalista que eu conheço nessa viagem, mas o outro trabalha na Veja. ;P



3 meses no Canada


O tempo continua passando bem rapido, hein?

Como algumas pessoas sabem, inicialmente o plano era ficar no Canada por 3 meses e, caso valesse a pena, eu iria renovar por mais 3. No final das contas, eu vou ficar ate o primeiro dia de dezembro. Porem, se nao tivesse renovado, eu provavelmente ja estaria no Brasil agora.

Escolhi ficar mais tempo aqui por alguns motivos. O primeiro, eu acho que da pra eu aprender e aprimorar mais ainda o meu ingles. O segundo, agora eu estou num nivel bem desafiador na escola e eh por isso que eu tenho certeza de que vou melhorar mais ainda. O terceiro, a viagem tambem se trata de atingir objetivos e desafios pessoais.

As duas ultimas semanas foram meio chatas pra mim em termos de escola. Eu tinha tirado uma nota mais do que suficiente pra poder subir de level, mas, por um algum motivo, o pessoal da escola nao me trocou e isso me irritou bastante.

Nao que o meu professor fosse ruim, pelo contrario, eu gosto muito dele, mas o fato eh que nem ele e nem os colegas de sala nao tinham mais nada para me oferecer.

Quem vem ao Canada com o intuito de estudar ingles praticamente nao tem contato com os canadenses mesmo. Ou seja, voce passa boa parte do seu tempo convivendo e conversando com pessoas que tambem estao na mesma condiçao, o que compromete um pouco a rapidez com qualidade no aprendizado.

O fato da grande maioria dos estudantes ser asiaticos tambem é um problema, porque eles tem enormes dificuldades com relaçao a pronuncia das palavras. Alem do mais, sao timidos e, muitas vezes, se limitam em dizer o basico, o que faz com que o assunto acabe logo.

Na minha sala, boa parte era asiatico e eu ja estava no auge da minha impaciencia. Tambem tinham colombianos e alguns brasileiros, entao dava pra conversar com eles.

Agora, nesta semana, eu finalmente fui para um nivel mais avançado e a minha animaçao voltou. A professora eh muuuuito boa e em uma semana eu ja consegui aprender varias coisas novas. Os estudantes tambem sao legais, cheios de asiaticos com uma pronuncia muito boa e com um ingles num nivel igual ao meu. O meu problema atual eh com um cara de Alemanha, nao entendo quase nada que ele fala... hahaha


Depois de 3 meses, posso dizer que o meu estomago esta cansado de comer sanduiche no almoço e eu tambem ja enjoei bastante do jantar da minha casa que, ate entao, era a unica refeiçao que "salvava". 
Encontrei no yakisoba a soluçao para os meus problemas. Um prato como esse acima custa apenas 8 dolares, me satisfaz, alem de ser mais saudavel. 
Sinto que vou comer isso ate eu enjoar, porque eu tenho nojinho das outras comidas japonesas. 


Mas agora o que ta apertando mesmo eh a saudade. Sinto falta da minha familia, principalmente da minha mae, sinto falta da minha cachorrinha, sinto falta dos meus amigos e amigas. Tambem tenho saudade de ir a faculdade e de fazer estagio. Sinto falta de acompanhar jogos de futebol e de volei, enfim... sinto falta do Brasil. 

Apesar da experiencia aqui ser otima e mesmo conhecendo milhares de pessoas de todos os cantos do mundo, as vezes, mesmo estando rodeadas de gente, ao mesmo tempo parece que eu to sozinha.
Sei que faz parte e nao me deixo abater por causa disso, ate porque eu me preparei muito para essa viagem (psicologicamente falando) e estou bem focada no meu objetivo. ;)

No mais, eu queria dizer que o meu blog ja passou de 1000 visualizaçoes, o que eu considero um numero bem expressivo, ate porque eu criei esse blog pra manter as pessoas que gostam de mim informadas, alem de ser uma especie de curriculo para mim. 

Semana passada eu fui ao shopping e do nada uma garota, com aparencia oriental, me parou para perguntar se o meu nome era Bruna e se eu tinha um blog falando sobre Vancouver. Acabei conhecendo uma pessoa que acompanhou e leu o meu blog antes de vir para ca. Obviamente se tratava de uma brasileira, ne? Mas eu fiquei bem feliz e muito surpresa, porque eu nunca imaginai que isso fosse acontecer.

Enfim, agradeço aos meus familiares e aos meus amigos que leem o blog, mas agradeço principalmente aquelas pessoas que eu nao conheço, ou nao sou tao proxima, ou que eu conheço mas nao faço ideia de que costumam passar por aqui. ;)


segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Aqui só não pratica esporte quem nao quer



Não precisa me conhecer bem para perceber o quanto eu gosto de esportes. 

Diferente de muitas meninas, um dos meus momento favoritos na época de escola era a aula de Educação Física  Sempre gostei muito de jogar todos os tipos de esporte e, modéstia a parte, sempre me destaquei seja com a bola nos pés ou nas mãos. 

Fiz natação por muito tempo, desde criancinha. Aos 7 anos, entrei na escolinha de vôlei da minha escola, esporte esse que viraria a minha paixão e ao qual dediquei, pelo menos, 10 anos da minha vida. 
Quando o colegio abriu aula de futebol feminino, la estava eu participando efetivamente, mas não durou muito tempo porque a escola estava ficando mais puxada e eu tive que optar apenas pelo vôlei.

Porem, um tempo depois, o meu ex técnico de futebol (Ricardo, atualmente na Comissão Técnica do Goias, juntamente com o técnico Enderson Moreira, que também trabalhava no Magnum) me pediu para treinar na equipe, porque o Magnum ia participar de um campeonato importante no Rio de Janeiro e estavam precisando de mais uma pessoa para completar a vaga. Lembro-me muito bem de treinar futsal e depois sair correndo pra ir treinar vôlei  Eu não reclamava, muito pelo contrario, era um prazer enorme para mim e para o meu corpo, que nunca se cansava. 

Os anos se passaram, eu continuei jogando voleibol e só parei no segundo ano do ensino médio. 

Eu contei essa parte da minha vida porque sei que, assim como eu, muitas outras pessoas dependiam da escola pra praticar um esporte e, com a formatura, praticamente não pegou mais numa bola pra jogar o que for. 

Na verdade, nesse caso, pra homem ainda é fácil jogar uma pelada, seja num clube ou no prédio de alguém que tenha quadra. Mas, quando se trata de mulher, a coisa não eh tao simples assim.


Em Vancouver estão espalhados milhares de campos de futebol, baseball, tenis, basquete, etc. E o melhor: você não tem que pagar nada pra poder usufruir desses locais. 

Isso sim que eh estimular o cidadão a praticar esportes. Sem falar nas bolas, raquetes, bastões e afins, todos com preços muito acessíveis. 

E o mais "engraçado" de tudo é que o Canada não se destaca em nenhum esporte no qual envolva uma bola. Ha o incentivo, as pessoas jogam, mas não se destacam. 

Já no Brasil, um país que se destaca nos esportes de verão  eh praticamente impossível encontrar algum campo/quadra em boas condições para se praticar o que for. E quando acha um lugar, ele provavelmente vai estar mal cuidado e com milhares de crianças e jovens querendo jogar. 

O quão irônico e vergonhoso eh isso? No pais do futebol, a maioria dos jogadores cresceu jogando bola na rua, sem tênis e utilizando chinelos para construir o gol. 


Diferente do que muitos imaginam, os canadenses não são gordos igual muitos americanos. Aqui a população aproveita cada dia do verão para praticar algum exercício físico. A cidade foi totalmente planejada para proporcionar conforto e segurança aqueles que gostam de andar de bicicleta, patins ou skate. Aqui os ciclistas respeitam os sinais de transito e param no sinal vermelho como se estivessem dirigindo carros. 


Difícil mesmo é achar algum defeito nessa cidade. ;)

domingo, 30 de setembro de 2012

Chapters e a Rua da Leitura


Umas das coisas que eu mais gosto em Vancouver eh de como eh facil ter acesso a livros, jornais e revistas por um preço muito em conta.

A Chapters, a "Leitura" do Canada, tem se tornado um dos meus lugares mais visitados aqui. Na Robson Street, eh possivel encontrar essa loja enorme com 3 andares de estantes e livros. 

Aqui, voce encontra livros por tres, quatro, cinco dolares e totalmente novos. 

PS: Obviamente, antes da palavra World tem escrito The, mas eu tirei essa foto enquanto subia de escada rolante.

Outra coisa bem legal eh que, aqui, se voce eh estudante, automaticamente tera desconto na compra de livros escolares/universitarios e tambem nos outros nao academicos. 


E outra coisa beeeeem mais legal ainda eh que a rua da frente da livraria as vezes eh interditada. A prefeitura coloca varios puffs pela rua, pras pessoas descansarem e lerem livros ao ar livre. 


A cada compra efetuada, voce vai somando pontos e depois pode usa-los pra comprar mais livros. 


Mas se voce eh do tipo de pessoa que prefere ler jornais, certamente ira notar que nao eh dificil achar esses pequenos armazenamentos de jornais em quase todas as esquinas de Downtown. 

Viver numa cidade que eh totalmente voltada para o incentivo a leitura, me fez pensar na nossa situaçao no Brasil. 
Por que sera que os brasileiros nao gostam de ler? Por que sera que eh tao dificil destinar alguns minutos que sejam, para apreciar algum livro? Por que sera que eh bem mais interessante ficar no twitter lendo um tanto de bobagens que nao vao te levar a lugar algum? 

Eh claro que nao da pra comparar o Brasil e o Canada em termos economicos, estruturais, politicos e bla bla bla, e sei que todos esses fatores influenciam diretamente na personalidade e habitos dos cidadaos daquele local . 

Porem, se compararmos o Brasil com os nossos vizinhos Argentina, Chile e Uruguai - que tambem nao sao paises de primeiro mundo - a diferença continua sendo gritante. Eu nunca fui para esses lugares, mas ja conversei com varias pessoas que foram e todas me relataram que os hermanos usufruem, e muito, da leitura. 

Ate que eu comecei a lembrar de mim mesma, num passado nao muito distante, de quando eu ainda estava na escola. Confesso que o meu habito de leitura surgiu meio tardiamente e acabou se intensificando mais ainda pelo fato de eu estudar jornalismo. Mas, pra mim, o fato eh que o tipo de leitura que as escolas (pelo menos a minha) obrigam ao aluno a fazer, sao simplesmente "demais" para a cabeça de um jovem.

Eu sei que Alvares de Azevedo, Bernardo Guimaraes, Guimaraes Rosas, etc, sao nomes famosos da literatura brasileira e merecem respeito. Entretanto, forçar uma criança e um pre-adolescente a ler um Machado de Assis da vida eh o fim do mundo. Pra mim, eh pedir para que os jovens brasileiros odeiem ler livros. 

Eu posso falar desse jeito porque eu passei por isso e sei que muitas pessoas devem ter passado pelo mesmo questionamento: Se esses livros que a escola quer que eu leia sao chatos, todos os outros livros existentes devem, tambem, ser muito chatos. 

Alias, de todos os escritores lidos por mim na epoca de escola, eu so posso dizer que gostei de Erico Verissimo, Luis Fernando Verissimo e Jose de Alencar. O resto eu li sofrendo, porque fui obrigada, porque ia cair na prova de literatura. Ainda bem que existem os famosos resumos de internet, hahaha. 

Ate que, num belo dia, uma alma corajosa resolve ir a uma biblioteca ou a uma loja e compra um livro de seu interesse e descobre que os livros nao sao chatos, pelo contrario, sao bem legais. O problema eh que sao poucas as tais almas que, por algum motivo, resolvem a ler algo.  

Entao pensem um milhao de vezes antes de criticar uma pessoa lendo Crepusculo, Nicholas Sparks, autoajuda, Biblia, ou qualquer coisa que seja. Sabem por que? Porque pelo menos essas pessoas estao lendo, absorvendo vocabulario, gramatica, pontuaçao, sem nem perceberem. Qualquer leitura eh valida, desde que voce esteja realmente lendo porque esta interessado. 

Se voce que leu o meu post nao gosta de ler, eu o aconselharia a dar uma passada na Leitura, dar uma olhada nas capas dos livros, porque certamente voce ha de gostar de pelo menos um. 

PS: Eu sei que tem muita gente que gosta de ler, mas a maioria nao gosta e nao da pra negar. Eu sei que generalizei, mas a intençao foi essa. Entao, nao reclamem! (recado especial para o Doutor Pedrinho Calais)